sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Hinduísmo - Shiva

É o deus dos iogues e da meditação. Paradoxal, contém em si o poder da criação e da destruição, o que o torna ao mesmo tempo atraente e terrível. Destrói o que foi criado e preservado, para que Brahma possa então recria-lo. Pode ser venerado como um língan (símbolo fálico), como um asceta, um professor, ou como um dançarino na grande dança da destruição.

Shiva, por contraste a Vishnu, não possui avatares, mas ele tem uma família de esposas e crianças.

As esposas de Shiva são os símbolos da força feminina, chamada Shakti, elas são freqüentemente veneradas no Shaivismo, mas podem ser elas mesmas veneradas em uma forma de hinduísmo denominada Shaktiismo. Apesar de haver várias figuras femininas associadas com Shiva, quatro se sobressaem: Parvati, Umma, Durga e Kali.

Suas primeiras representações surgiram no neolítico (4.000 a.C.) na forma de Pashupati, o Senhor dos Animais. Ele é representado com três faces, olhando o passar do tempo (passado-presente-futuro). Pashupati está sentado em posição de meditação, o que nos faz pensar que as técnicas meditativas já existiam naquele período. A criação do Yoga é atribuída a ele, prática que produz transformação física, mental e emocional, portanto, está intimamente ligado ao deus da transformação.

SIGNIFICADOS DA SUA IMAGEM:
TRIDENTE: O tridente que aparece nas ilustrações de Shiva é o Trishula. É com essa arma que ele destrói a ignorância nos seres humanos. Suas três pontas representam as três qualidades da matéria: tamas (a inércia), rajas (o movimento) e sattva (o equilíbrio).
SERPENTE: A Naja é a mais mortal das serpentes. Usar uma serpente em volta da cintura e do pescoço, simboliza que Shiva dominou a morte e tornou-se imortal. Na tradição do Yoga, ela também representa Kundaliní, a energia de fogo que reside adormecida na base da coluna. Quando despertamos essa energia, ela sobe pela coluna, ativando os centros de energia (chakras) e produzindo a iluminação (samadhi), um estado de consciência expandida.
GANGA: No topo da cabeça de Shiva se vê um jorro d’água. Na verdade é o rio Ganges ou Ganga que nasce dos cabelos de Shiva. Há uma lenda que diz que Ganga era um rio muito violento e não podia descer à Terra pois a destruiria com a força do impacto. Então, os homens pediram a Shiva que ajudasse e ele permitiu que o rio caísse primeiro sobre sua cabeça, amortecendo o impacto.
LINGAM: Também chamado de linga, é o símbolo fálico de Shiva. Ele representa o pênis, o instrumento da criação e da força vital, que está presente na origem do universo. Está associado ao poder criador de Shiva. A palavra "lingam" significa "emblema, distintivo, signo".
DAMARU: O tambor em forma de ampulheta representa o som da criação do universo. No hinduísmo, o universo brota da sílaba OM. É interessante comparar essa afirmação com a conhecido prólogo do Evangelho de São João: "No princípio era o Verbo (a sílaba, o som). E o Verbo era Deus. (...) Tudo foi feito por Ele (o Verbo) e sem Ele nada se fez."
É com o som do Damaru que Shiva marca o ritmo do universo e o compasso de sua dança.
FOGO: Shiva está intimamente associado a esse elemento pois o fogo representa a transformação. Nada que tenha passado pelo fogo, permanecerá o mesmo. Assim, Shiva nos convida a nos transformarmos através do fogo do Yoga. O calor físico e psíquico que essa prática produz nos auxilia a transcender nossos próprios limites.
NANDI: é o touro branco que acompanha Shiva, sua montaria e seu mais fiel servo. O touro está associado às forças telúricas e à virilidade. Também representa a força física e a violência. Montar o touro branco, significa dominar a violência e controlar sua própria força.
LUA CRESCENTE: A lua, que muda de fase constantemente, representa a ciclicidade da natureza e a renovação contínua a qual todos estamos sujeitos.

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